O vírus não tem partido, nem sabe da sua existência.


Podemos fazer o que quisermos, inclusive nada.
Porém o vírus só quer viver e reproduzir. Isso não vai mudar.
Uma crise sanitária e econômica global se avizinha, já atingiu dois continentes, o que fazer?
Esperamos que o governante faça uma boa análise de dados, estudando o que está sendo executado em outras localidades e quais as possibilidades de ação adequadas para a sua nação, que será atingida em breve.
Parece óbvio, mas não foi e não está sendo.
Distanciamento social? Comprar equipamentos, repassar dinheiro aos Estados, força tarefa para testes? Não houve diretrizes claras do governo federal.
A maioria dos governadores e prefeitos não quis pagar para ver, ordenou o fechamento dos territórios para tentar conter o problema e minimizar a sobrecarga nos sistemas de saúde.
Bom, com alguma iniciativa a coisa vai. Não, não vai!
O presidente desautoriza os governadores, apresentando um plano sui generis: "isolamento vertical".
Cada família, por sua conta, deve ter um quarto isolado sanitariamente, no qual deve depositar o seu idoso.
Primeiro, dá para afirmar com segurança que pelo menos 70% das famílias não tem um quarto sobrando para isolar o seu idoso.
Se tivesse o quarto sobrando, não teria condições de fazer um isolamento sanitário adequado, inclusive no trato com comida e excrementos.
O Reino Unido (66 milhões de habitantes) retrocedeu dessa estratégia a partir de análises que apontavam a possibilidade de 250 mil óbitos.
Resumindo, é uma proposta inviável, sem base científica ou respaldo de outras realidades, mas confunde o debate.
O presidente não está propondo uma solução.
Ele está dizendo para o povo brasileiro: "caso dê algo errado na economia, não diga que eu não avisei".
O povo brasileiro sabe que a economia tem problemas, sente isso no bolso todos os dias, mas está querendo saber se é seguro levar o seu pai até a praça com o cachorro.
O presidente decidiu que essa pergunta ele não vai responder e isso nem sequer é responsabilidade do governo.
Os governadores não sabem se a União vai mandar recursos, entram na justiça para pararem de pagar a dívida com o governo federal. O judiciário concede o direito ao Estado, para que use os recursos para o pagamento de despesas na contenção da epidemia.
Em breve o governo federal dirá que não tem dinheiro, porque não recebeu, logo não precisa mesmo ajudar os Estados.
Por outro lado, o presidente desautoriza os governadores a usarem a estratégia de isolamento social.
O presidente acredita que um medicamento utilizado para outras doenças pode ser a solução, infelizmente não há comprovação científica de que o mesmo pode ser utilizado em larga escala no tratamento da epidemia.
Podemos bagunçar as coisas a vontade, o tempo continua passando.
Faltam duas a três semanas para que a quantidade de pessoas que necessitam de atendimento levem o sistema de saúde ao colapso.
Isso, infelizmente não vai mudar.
O vírus não é amigo do Lula, nem do Bolsonaro, ele só quer viver e se reproduzir, é a natureza dele.
Acho que é válido dizer que as pessoas que irão fazer fila nos corredores de hospital, como acontece em todo o mundo, também querem viver.
Ao contrário do vírus, o ser humano poderia usar a sua mente e pensar em soluções para o futuro breve.
Infelizmente, isso não está acontecendo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juiz determina suspensão do contrato de R$9.988.306,20 para nova Câmara de Vereadores

TCE aponta responsáveis por rombo de 30 milhões na Previdência

Sandra Martins acusada de lavagem de dinheiro e a prefeitura aprova 1 milhão em comissionados