PRIMEIRA ANÁLISE- O Processo eleitoral São José
O Processo eleitoral em São José-SC- 2012
Em São José as coisas não andam bem, mas o motivo é comum a
muitos outros lugares. A cidade cresce em ritmo acelerado, como de praxe nas
regiões metropolitanas, mas a consciência social, a política e a cidadania apresentam
modificações pífias[1].
Mas o problema político parece ser o mais alarmante. Dado
que a política pode e deve ser uma das bases para uma cidade mais ordenada,
saudável e consciente de seus problemas, São José está na UTI.
Primeiro, São José, possui 210 mil habitantes atualmente, isso
quer dizer que apenas nessa eleição ocorrerá o segundo turno, diferentemente de
todas as outras eleições da história da cidade, mesmo assim os espaços de
debate são absurdamente limitados, talvez até menores do que em outros anos.
Pessoalmente, com algum esforço consegui encontrar no
Youtube um debate entre os candidatos gravados para a Rádio, mas também
filmados e posteriormente veiculados pela candidata Adeliana Dal Pont. Mérito
para ela nesse sentido, que postou o debate na íntegra e não apenas cortes de
suas melhores falas – espero que eu esteja correto quanto a isso.
Por outro lado, esse foi o único debate? Creio que não, onde
estão os outros? Por que a candidata foi a única a postar? E os veículos de
comunicação? A imprensa não ganha dinheiro com publicidade de empresas e
indústrias da cidade? Por que não divulgar todos os debates, pelo menos na
internet, de forma ampla?
Falo isso não é a toa, o debate ao qual me refiro que possui
8 partes postados no youtube possui no máximo 110 views, em uma cidade de 210
mil habitantes, parece que alguma coisa está errada, não?!
De que forma o eleitor pode decidir o seu voto? O candidato
que possui mais placas, o candidato que mobiliza mais carros em uma carreata, o
candidato que viabiliza mais apoio entre partidos políticos... Para não citar
os outros meios de conseguir votos...
Essas formas tradicionais de política pequena vão contra o
cidadão. Aquele mesmo que paga o IPTU, todo ano, que compra e vende na cidade,
essa pessoa precisa saber quais são os planos para gerir e gastar o suor que
lhe é retirado diariamente, mas esse assunto não está na primeira ordem.
Como um eleitor consciente você ainda possui opções, todos
os candidatos possuem website de suas campanhas. Bom, seria excelente se todos
pudessem entrar e fazer uma análise do conteúdo exposto em cada um destes locais
virtuais, mas isso é irreal, utópico.
Mas eu farei a minha análise breve do conteúdo destes sites.
Todos dão uma grande ênfase à história pessoal e são negligentes quanto a
coerência entre problemas, propostas e política de longo prazo.
Adeliana Dal Pont, a candidata a qual elogiei anteriormente,
é a que apresenta maior dificuldade para expor seu plano de governo. É preciso
acessar três links e abrir um documento PDF com 16 páginas. Parece que cidadão josefense não está preocupado
com o debate sobre os problemas da
cidade.
Adeliana apresentou um texto extenso demais, com floreios
retóricos desnecessários, que atrapalham a assimilação de suas propostas. Contudo
apresentou alguma proposta para 10 áreas, que vão de saúde, sua principal
bandeira à mobilidade urbana. No entanto eu não consegui identificar um plano
amplo de governo interligando, problemas, propostas e soluções.
Fernando Elias não apresentou nem propostas nem plano de
governo, talvez eu esteja enganado quanto a isso, mas se eu não estiver, é um
completo descaso com os eleitores e cidadãos que um dia lhe prestaram o voto de
confiança.
Djalma Berger e Rafael Melo, colocam a biografia em um link
de mesmo tamanho dos de suas propostas para a cidade, um bom indicativo de que
tem algum plano coerente para o futuro do lugar que pretendem governar, ou não.
Djalma Berger vem pelo lado oposto, pragmatismo absoluto,
suas propostas podem ser lidas em uma página, todas são resumidas em uma linha
e a maioria começa com um verbo, “criar”, “construir”, “reformar”, “inaugurar”.
Novamente, o que eu como eleitor quero saber é sobre a relação entre problemas
e propostas. Construir? Para quê? Por quê? Como?...
Rafael Melo, resume seu plano de governo em cinco áreas,
Política Urbana, Saúde, Educação Meio Ambiente e Segurança. Em seu site dedica
mais ou menos um parágrafo a cada um dos itens, fazendo uma breve
contextualização de problemas e um esboço de proposta para resolução dos
mesmos. Esse modelo me parece o mais palatável mesmo que o candidato tenha
deixado bastante incompleto, uma pena.
Enfim, hoje dia 24 de setembro, faltando três semanas para o
pleito eu não tenho conhecimento de
nenhuma pesquisa eleitoral do município. Novamente, ou não fizeram, ou não
divulgaram de forma devida, vergonha total em qualquer uma das hipóteses.
Esse é um pouco do que gostaria de falar sobre a cidade na
qual moro e morei durante praticamente toda a minha vida. Essa distância entre
o cidadão e a política de sua cidade é um problema generalizado, mas
inaceitável.
Ivan Luís Tonon
Servidor Público e Mestrando em Administração- UFSC
www.djalmaberger.com.br/
www.adeliana55.com.br/
www.rafaelmelo50.com.br/
http://fernandoelias.com.br/
www.adeliana55.com.br/
www.rafaelmelo50.com.br/
http://fernandoelias.com.br/
[1] – Difícil dizer se houve alguma melhora nesse
sentido, mas considerando que a cidade é obrigada a reagir ao crescimento
desordenado, suponho que algumas melhoras estruturais tenham ocorrido.
Comentários
Temos o plano na íntegra, feito por uma equipe que incluía desde Doutores, Mestres, Mestrandos e especialistas. O critério básico foi: Programas intersetoriais, ou seja: comunicação entre as pastas e Ampla participação popular. Deixe seu e-mail que envio.