As várias Falsas Impressões- O caso de São José
Por Orlando Antonio Rosa Junior
Por isso insisto em afirmar que formas de corrupção já existem, não precisa inventar mais nada.
Com um sugestivo nome de operação “Falsa Impressão”, o Grupo de Repressão ao Crime Organizado nos leva a uma
reflexão profunda a respeito da
política e dos gestores que
elegemos. Isso porque em período eleitoral, por conta da sensação de possível
mudança e euforia quanto a uma
eventual renovação,
nos deixamos tomar pela “falsa
impressão” de que a partir daquele ato cívico estaremos mudando os rumos de nossa
sociedade.
Logo depois da contagem de votos e da
promulgação dos eleitos, nos
deixamos levar por outra “falsa
impressão”, de que a partir do dia 01 de janeiro do
ano seguinte tudo será diferente.
E quando tomam posse, os eleitos prometem, talvez pela ultima vez, moralizar a coisa pública e instaurar um governo de oportunidades e combate ao desperdício de dinheiro. Infelizmente, apenas mais uma, se não a ultima, “falsa impressão” de que tudo irá mudar.
Isto porque assim que termina a fase de
confabulação e
acertos políticos, pela divisão do espaço/poder, os eleitos simplesmente voltam
seus esforços para
acordos de viés
pessoal, do partido ou de financiadores da campanha. É o caso que ora abate sob a política Josefense, e que é igual e apenas reflete o que ocorre em uma
centenas de outras Câmaras
Municipais.
A diferença é que aqui e agora estamos descobrindo como se operacionaliza mais uma
submodalidade de corrupção, ao
passo que em outras câmaras
as viceras ainda não
foram expostas.
Primeira Sessão da Câmara, janeiro 2013 |
Por isso insisto em afirmar que formas de corrupção já existem, não precisa inventar mais nada.
O que acontece aqui em São José acontece lá no sertão do sertão e vice-versa. Tanto é que o mesmo modo de operar acontecia em
Biguaçu, Palhoça, Florianópolis, e outras cidades que ainda não foram relacionadas.
O que torna difícil o combate destes atos é a disparidade de armas entre os gestores
corruptos, os empresários
corruptores e o Ministério
Publico, isto porque os trambiqueiros de plantão não medem esforços no
sentido de desviar dinheiro e negar informações em eventuais questionamentos.
E por mais que o larápio seja pego com dinheiro na cueca, acaba sempre sobrando para um
subordinado qualquer, um bagrinho colocado ali apenas para “assinar”.
Ex-Presidente da CMSJ Sanderson Almeci de Jesus |
Mas no caso Escrimate-Sanderson a questão vai além, pois não fora preso um zé qualquer, mas o Diretor Administrativo e Pregoeiro
responsável por todos os contratos firmados pelo Vereador Presidente da Câmara, além do fato da empresa
corruptora ter sido uma das principais doadoras de sua campanha.
Assim resta ao MPSC apurar, quiçá oferecendo ao assessor do vereador o beneficio da
delação premiada. Já a CMSJ resta uma CPI para analisar todos
os contratos firmados na gestão de Sanderson e sob os cuidados do Diretor Administrativo e Pregoeiro,
agora preso e sob investigação.
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