Multiplicação de Ratos, ou má gestão?

A Prefeita Adeliana Dalpont (PSD) terá que explicar os R$ 1.733.405,00 utilizados para desratização do município e dependências da administração municipal.

Por mais que seja louvável a proposta de conter qualquer tipo de infestação de roedores, não é admissível que os ratos comam uma fatia tão grande do dinheiro do contribuinte em iscas. Ainda mais em um município que demanda de tantas outras prioridades.

Os contratos firmados em maio deste foram celebrados com as empresas Eurobac Serviços Ambientais Ltda. e Asa Prestadora de Serviços Ltda. No dia 14 de maio foi publicado o Contrato n° 065/2015 (PR 184/2014), no valor de R$ 530.000,00, para aquisição de iscas raticidas. Em 20 de maio, com valor de R$ 344.000,00, o Contrato n° 068/2015 (PR 077/2014), incluindo a desratização das unidades da Secretaria Municipal de Saúde. Por fim, a Ata de Registro de Preços nº 039/2015 (PR 181/2014), publicada terça-feira (26), no valor de R$ 859.405,00, prevê, entre outros serviços, a desratização das unidades da Rede Municipal de Ensino.

Em 2013, o município de Campo Largo, no Paraná, com aproximadamente 90 mil habitantes, licitou desratização em 66 prédios do município pelo valor de R$ 49.860,00. 

Só para lembrar, São José tem 25 escolas e 32 creches, ou seja, 57 unidades de ensino.

Na semana passada, a Câmara de Vereadores aprovou requerimento cobrando que a Prefeitura encaminhe à Casa Legislativa cópia dos processos administrativos que deram origem às licitações. 

Os vereadores também cobram os contratos firmados com a empresa EUROBAC Serviços Ambientais Ltda ME, desde o ano de 2011, comprovando o recebimento dos itens comprados e os pagamentos.

Vale lembrar que o dinheiro utilizado para o serviço de desratização no município é publico e  merece esclarecimentos, principalmente pelo vulto dos valores.

Em uma pesquisa rápida no mercado é possível constatar que o procedimento de desratização custa em média R$ 1 m², ou seja, um prédio de 1.000 m² custaria R$ 1 mil. 

A mesma empresa, a Eurobac, tem prestado o mesmo serviço para diversos órgãos públicos, como Alesc e TER-SC, no entanto, nesses contratos, os valores giram em torno do preço de mercado.

A desratização do palácio Barriga Verde, por exemplo, custou R$ 1.390 ao contribuinte. 

Em entrevista ao Notícias do Dia, em 2011, o então diretor da Vigilância Sanitária da época afirmou que seriam necessárias 200 mil iscas ao ano para desratização do município. 

É difícil de acreditar que nos últimos quatro anos a demanda de ratos tenha se multiplicado com tamanha velocidade.