Cinco Absurdos de São José
EDITORIAL SJ EM FOCO.
Na rua Antônio Schroeder, a que
liga a BR 101 à avenida Leoberto Leal, Barreiros, São José, foi construída uma policlínica.
Até aí nada demais. Mas o absurdo foi a forma que o processo ocorreu.
No final da dita rua, havia uma
ampla praça, com um ponto de táxi e o Tatu Lanches. O ex-prefeito decidiu, por livre
vontade, acabar com a metade da praça e dar a uma construtora.
Detalhe: não houve uma audiência
pública sequer.
Simplesmente a comunidade não foi
ouvida nem informada. Quando a comunidade percebeu, a construção já havia iniciado.
Pelo contrato com a prefeitura de
São José, a construtora comprometeu-se em construir a dita policlínica.
Em compensação, a prefeitura doou
a metade da dita praça (quer dizer, terreno público) para que a construtora fizesse
dois edifícios de 14 andares cada um.
Alegou-se que foi um “bom
negócio”. A prefeitura não gastou um tostão e “ganhou” uma policlínica. Mas
foram absurdos do absurdo.
Primeiro absurdo: a rua Antônio
Schroeder é completamente ocupada por casas e edificações. É densamente povoada
e tem constantes engarrafamentos. Ainda por cima a rua não é larga. Ora, quando
as torres estiverem prontas e seus 28 andares forem ocupados, a rua, o trânsito
na região, que já é problemático, ficará mais ainda com os novos moradores e os
visitantes do dito condomínio.
Segundo absurdo: São José tem
pouquíssimas praças e a que havia em Barreiros, foi reduzida a menos da metade de
sua área. Ao invés de arrumá-la, instalar quadra, pista de caminhada e parquinho
infantil, a antiga administração preferiu colocar duas torres de edifícios.
Terceiro absurdo: a policlínica
instalada ali não é essas coisas e o estacionamento reduzido, mal vai dar
espaço para os funcionários, que dirá para o público. Se a solução for
estacionar ao longo da rua Antônio Schroeder, já tirem o cavalinho da chuva,
pois essa rua é constantemente ocupada com carros estacionados.
Quarto absurdo: de 2009 a
2012, a prefeitura de São José arrecadou R$ 1 bilhão. Quer dizer, a prefeitura
de São José não tem condições financeiras para construir essa policlínica
sem jogar fora uma praça?
Quinto absurdo: ao invés de uma
policlínica, por que não construiu um hospital? Se o terreno deu para duas
torres de 14 andares cada um, por que não teria espaço para um hospital?
E não vão alegar que é impossível
construir hospital. Biguaçu, com uma arrecadação bem menor, vai inaugurar o Hospital
por volta de agosto deste ano.
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