Dário Berger - O Construtor Caído

A ASCENSÃO 
   Dário Berger, nascido em Bom Retiro, tem uma trajetória longa e ascendente como político na região metropolitana. Em 1992 elegeu-se vereador por São José e já em 1996, pelo PFL, foi eleito Prefeito com 32.972 votos contra Marli Marçal, PPB, 24.752 votos.
     Este mandato, foi condecorado com uma reeleição histórica e seu principal feito foi mudar a cara da cidade através de obras públicas. O foco foi a Operação Tapete Preto, que asfaltou grande número de ruas do município.
     A reeleição de 2000 foi também pelo PFL e conquistou 73.836 votos contra Ester de Macedo, PMDB, 8.907 votos. Essa eleição o levou a procurar um partido maior, que pudesse sustentar suas pretensões políticas no longo prazo. 
     Depois de outras operações Tapete Preto, obras iniciadas e parcialmente concluídas, como a Avenida das Torres e a Beira-Mar de São José, Dário, em 2004, se licenciou do Município para concorrer a prefeitura de Florianópolis, agora pelo PSDB. Em São José, lançou seu conterrâneo de Bom Retiro, Fernando Elias, que foi eleito com 43.289 votos, pelo   PSDB, contra Gervásio Silva, PFL, 34.433 votos.
     Dário, foi vitorioso em Florianópolis, conseguiu 118.644 votos, contra 84,278 Votos de  Francisco de Assis Filho, do PP. Suas ambições de crescimento no panorama político catarinense estavam dando certo, mas a sua influência sobre São José já parecia diminuir.
   Em 2008 apoiou indiretamente seu irmão, Djalma Berger, que ganhou a Eleição pelo partido PSB, com 36.506 votos, nessa ocasião, Fernando Elias ficou em quarto colocado, a segunda colocada foi a candidata Adeliana Dal Pont, pelo PMDB. Em Florianópolis Dário, agora no PMDB, ganhou no segundo turno de Espiridião Amin, PP.

O COMEÇO DA QUEDA.
Revolta da Catraca
     A troca de partido estava de acordo com suas pretensões políticas. Ele foi para um partido maior que lhe daria mais oportunidades. O PMDB era a promessa para um sonhado Governo do Estado, porém as coalizões partidárias não o levaram a tentar esse degrau. Enquanto isso suas bases, Florianópolis e São José, se enfraqueciam e o descontentamento popular aumentava. 
   Depois de 16 anos em São José e 8 anos com grande influência sobre São José e Florianópolis, Dário viu sua reputação ser minada por julgamentos de improbidade administrativa na Beira Mar de São José, crises no sistema de transporte coletivo na Capital, escândalo com Árvore de Natal, e por aí vai. 
   Tudo isso fez com que em 2012 Berger não conseguisse reeleger seu irmão. Mesmo engajando na campanha, prometendo terrenos na área do José Nitro e o seu nome como Secretário da Saúde. Além disso, Berger não elegeu seu sucessor na Capital, o jovem, mas experiente Gean Loureiro.

DA CONSTRUÇÃO PARA O PLANEJAMENTO.
    Porém, a política no Brasil opera em ciclos. Dário foi um construtor. Em São José deixou como marca as pavimentações, em Florianópolis os viadutos. Por outro lado ele teve dificuldade em atender outras demandas, que cresciam a medida que as cidades se expandiam e a população aumentava. A infraestrutura para o transporte não poderia ser sanada apenas por obras, as necessidades se estendiam por áreas que foram negligenciadas.
    Adeliana Dal Pont foi eleita em São José com uma plataforma baseada na saúde e no planejamento, assim como Cezar Júnior em Florianópolis. 
   Dário foi derrotado pelas lacunas que deixou. Mas é preciso ressaltar que ele também deixou o desafio para que os novos eleitos consigam superá-lo, do contrário a população fará seu nome crescer novamente no futuro.

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