Política de Uma Nota Só

A FALTA DE OPOSIÇÃO
Por Paulo Alceu
Fonte: http://www.pauloalceu.com.br/coluna_interna?colunas=ant&coluna=2012-11-22
      Estão criando um ministério para acomodar mais um partido aliado no Planalto, o PSD. E assim vai se formando uma confraria de aliados. Acontece o mesmo por aqui. Uma aliança muito além da tríplice espalha pelos cargos disponíveis companheiros de governo tornando a oposição de voz abafada e de repercussão quase que imperceptível. 
    Os embates que acabam repercutindo são entre governistas onde a forma de contê-los é buscar na administração espaços que silenciam as reivindicações internas. Ou seja, a oposição é entre eles, e as soluções atendendo aos interesses deles, e não ao bem comum. 
     Quando começam a se “engalfinhar” o caminho é o “agrado” em detrimento de ações coletivas.     Ficou ridículo acompanhar durante as últimas eleições os ataques de partidos aliados ao governo do Estado, porque no âmbito municipal eram adversários. Demonstra um total descompromisso, mas uma atenção fixa em benefícios públicos. 
       Quando uma oposição, focada, cobra do governante com firmeza de propósito a beneficiada é a população. Não deixa de ser uma forma de neutralizar os ataques externos de grupos que estão fora do governo impondo seus princípios. 
Mas atualmente quem está fora, não está muito, e , quem está dentro briga quando se sente alijado exclusivamente de seus interesses. 
     O sistema democrático necessita de oposição. Equilibra, é salutar. Estamos percorrendo um caminho que pode ser desastroso lá na frente, pago por todos nós para acomodações no poder. 


A FALTA DE SOCIABILIDADE
Entrevista com Emir Sader, filósofo, em: http://www.brasildefato.com.br/node/11219
Houve o crescimento de renda nos governos Lula e Dilma, mas isso não parece interferir na consciência de classe. O senhor poderia comentar esse processo?
    Essa é a maior disputa no mundo hoje. Os EUA são decadentes como potência militar, política e econômica, mas a maior força deles é a força ideológica.  O modo de vida estadunidense é a mercadoria mais forte que eles têm, que penetra na China, penetra na periferia dos pobres, são valores determinantes, que ninguém compete com eles. No Brasil, não se está gerando uma nova forma de sociabilidade, correspondente à democratização econômica e social. Isso não está sendo acompanhado de valores.
     Hoje o risco não é tanto o consumismo, mas quem é que influencia os processos mesmo eleitorais? É a mídia e são as igrejas evangélicas.
    O movimento popular está muito fragilizado no seu processo de mobilização e também de difusão de ideias. São Paulo foi pega desprevenida neste sentido. Vivemos três ditaduras que são os obstáculos maiores: a ditadura do dinheiro, que é o capital financeiro, ditadura da terra, que é o agronegócio, e a ditadura da palavra, que é o monopólio da mídia, o que dificulta essa criação de consciência nova. 

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