Crise na Educação- O caso de São José



Para a professora Lígia Fagundes, falta educação e respeito aos jovens
Filmada em sala de aula xingando duas alunas, ela afirma que ninguém questiona a postura atual dos jovens

      A figura do professor foi des­tronada. Antes, tarefa de honra, agora, encarar uma sala de aula é um desafio que, por vezes, desper­ta temores. Dos 21 mil docentes do ensino estadual, 2.531 estão de licença para tratamento médico, 97 foram julgados definitivamen­te como inválidos. O sindicato que representa a categoria atesta que as doenças são principalmente de cunho psicológico – relacionados à descrença ou ao pânico de lecio­nar. Lígia Fagundes envolvida em um polêmico vídeo, no qual discute com uma estudante, teme integrar as estatísticas dos que perderam a fé na educação.
     Lígia completou 60 anos, 20 deles dedicados ao magistério. Sempre lecionou na Escola Muni­cipal Maria Luiza de Melo, o Me­lão, em São José, ensinando ma­temática. Mas confessa que nesse tempo exerceu outras funções: ou­viu e aconselhou como terapeuta, alertou e deu bronca como mãe. E, por vezes, perdeu a estribeira.
      Na última terça-feira, foi filma­da ofendendo duas alunas, com termos pejorativos. Imediatamen­te, foi posta às chamas. “O que fiz não está certo. Foi um descontrole, mas ninguém questiona a postura dos jovens, as meninas nunca fo­ram alunas exemplares, já me des­respeitaram várias vezes”, declara.
      Na avaliação do secretário de Educação de São José, Domin­gos Bergamin, a questão é mais complexa: o modelo de educação brasileiro faliu. “Antes, vivíamos o extremo do autoritarismo, os professores provocam medo, hoje vivemos o extremo oposto, os pro­fissionais são desrespeitados e por vezes agredidos. Temem lecionar. Eles perderam o controle”, reflete.
     A professora concorda. Filha de um pastor militar foi criada ri­gidamente. “Vejo que essas crian­ças desdenham a escola, não estão dispostos a aprender e não apren­deram o básico da educação: ouvir o outro”, salienta Lígia.
     A queixa dela é uma cons­tante entre docentes. Segundo o Sinte/SC (Sindicato dos Traba­lhadores em Educação de Santa Catarina), os professores têm apresentado quadros graves de depressão, estresse, ansiedade e síndrome de Burnout – a tradu­ção to burn out, significa quei­mar por completo ou perder a chama. A doença gera pânico na hora de ir trabalhar. A tarefa é conduzida num ritmo de agonia. 



Apoio de estudantes e professores do Melão
Os estudantes da escola de São José, conhecida como Melão, organizaram dois manifestos nesta sexta-feira. Cartazes elogiavam a professora e pediam seu retorno. Apitos e gritos conduzidos pela marcha: “Lígia demitida, educação perdida”.




Educação em São José – Sem Limites

 

A educação em nossa cidade trata nossos professores a pontapé. Exemplos:  professor  Valmor,  foi agredido pela PM, durante a última greve. O professor Valmor, leciona português no colégio Maria Luisa de Melo (Melão).
A Professora Lígia, leciona matemática, é necessária atenção, concentração para aprender. Mas os alunos preferem armar uma situação constrangedora para sua educadora.
Os alunos não querem dar atenção, ao livro, a matéria, ao aprendizado, não respeitam, nem o pai, nem mãe quanto mais os professores.
Se existe algo parecido com Educação em nossa comunidade é o esforço individual de alguns professores, que tentam passar algo. Desta forma professor é como se fosse um “marisco” sofrendo revesses dos mandatários que os veem como um excluído em nossa sociedade.
Do outro lado os alunos intocáveis, amparados pela lei dos direitos humanos da infância e juventude – não aceitam o “não” como resposta. Querem fazer o que bem entendem. Pressionam os professores que tentam passar algo para suas vidas, no presente e futuro.
A sociedade como um todo pagará num futuro imediato por essas omissões e ostracismo de modo geral. Colocando o conhecimento e quem faz a educação como um aborrecimento.
A educação em nossa sociedade é grotesca, estapafúrdia.

Prof.  Homeres Rezende - prof. Efetivo da Rede Estadual de  Ensino.  
Contato: homeresrezende@gmail.com
 

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