Estado de Sítio- A onde está a verdade?
Para não seguirmos os acontecimentos como espectadores de um filme em quatro dimensões devemos perguntar, o que está realmente acontecendo?
VEJA 07 de Novembro de 2012
Por Que Começou e Onde Vai Parar. Por Laura Diniz.
A guerra velada que estourou entre
policiais e criminosos nas últimas semanas em São Paulo tem origem em duas
mudanças.
A primeira foi a troca de comando na Segurança Pública paulista, em
março de 2009. Ao assumir a pasta, o ex-promotor de Justiça e ex-oficial da
Polícia Militar Antonio Ferreira Pinto fez uma faxina na cúpula da Polícia
Civil, então às voltas com escândalos de corrupção, e definiu o combate ao
crime organizado como uma de suas prioridades.
Ferreira Pinto elegeu a Rota como a
tropa que o ajudaria a efetivar o plano. Grupo de elite da PM paulista, a Rota
não tem uma região de atuação específica, então pode ser acionada para agir em
determinado crime ou para executar operações previamente planejadas.
Assim como a escolha de Ferreira Pinto
para o comando da secretaria, a união de esforços entre as polícias foi uma
mudança positiva – aumentou a eficiência da repressão ao cime em geral e às
ações do PCC em particular. Mas cobrou o seu preço.
Da parte da Rota, houve comprovados
abusos, que serviram de pretexto para que lideranças do PCC ordenassem a
matança de policiais.
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Em
Santa Catarina ...
Fora as semelhanças
entre os crimes que ocorreram em São Paulo e os do nosso Estado existem algumas
outras.
Cesar Augusto Grubba Promotor do
Ministério Público de Santa Catarina há mais de 25 anos, assumiu a pasta da
Secretaria de Segurança Pública em 2011.
De lá para cá...
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Saída
do Delegado Claúdio Monteiro da DEIC- Diretoria Estadual de Investigações
Criminais
A exoneração do
delegado Cláudio Monteiro da Deic causou uma guerra de versões sobre os motivos
que teriam originado a decisão da cúpula da segurança. Os policiais associam o
ato como uma represália a investigações que vêm sendo feitas pela diretoria e acusam
a cúpula de tentativa de ingerência e conotação política.
O primeiro a se manifestar publicamente neste sentido foi o delegado da Divisão Antissequestro, Renato Hendges, que também é presidente da Associação dos Delegados de Polícia em SC (Adepol):
O primeiro a se manifestar publicamente neste sentido foi o delegado da Divisão Antissequestro, Renato Hendges, que também é presidente da Associação dos Delegados de Polícia em SC (Adepol):
— A indignação de
todos nós aqui na Deic é com a forma que aconteceu. Ele (Monteiro) foi
execrado. Ninguém foi comunicado, soubemos pela imprensa — reclamou.
O delegado Renato associa a exoneração a "situações", entre elas a investigação da Deic sobre o desvio de peças do complexo administrativo da SSP em São José, que começou no final do ano passado e ainda está em andamento. Também há, por exemplo, investigação sobre suspeita de desvio milionário na Celesc, entre outros inquérito contra a administração pública.
O delegado Renato associa a exoneração a "situações", entre elas a investigação da Deic sobre o desvio de peças do complexo administrativo da SSP em São José, que começou no final do ano passado e ainda está em andamento. Também há, por exemplo, investigação sobre suspeita de desvio milionário na Celesc, entre outros inquérito contra a administração pública.
O delegado lembrou
que o secretário Grubba e o secretário adjunto da SSP, coronel Fernando de
Menezes, tinham sido intimados pela Deic no final do mês passado a depor no
inquérito das peças encontradas em um ferro-velho de Joinville.
— Não quero associar em nada, mas que existe uma situação... o que não podemos compactuar é com ingerência — afirmou o delegado Renato, acreditando que a exoneração de Monteiro tenha sido para esvaziar a Deic.
O secretário César Grubba negou qualquer motivação política sobre a exoneração de Monteiro. Ele disse que analisou o ato em questão (desvio das diárias) e que, se não fizesse a exoneração, estaria prevaricando na função por ter constatado a irregularidade. Sobre a investigação das peças, afirmou que vai prestar depoimento e que, após a conclusão deste inquérito, tomará as devidas providências, "doa a quem doer".
— Não quero associar em nada, mas que existe uma situação... o que não podemos compactuar é com ingerência — afirmou o delegado Renato, acreditando que a exoneração de Monteiro tenha sido para esvaziar a Deic.
O secretário César Grubba negou qualquer motivação política sobre a exoneração de Monteiro. Ele disse que analisou o ato em questão (desvio das diárias) e que, se não fizesse a exoneração, estaria prevaricando na função por ter constatado a irregularidade. Sobre a investigação das peças, afirmou que vai prestar depoimento e que, após a conclusão deste inquérito, tomará as devidas providências, "doa a quem doer".
Saída do Delegado Geral da Polícia Civil
Uma
operação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas
(Gaeco) de Santa Catarina prendeu na sexta-feira o ex-delegado-geral da Polícia
Civil Ademir Serafim. Segundo a assessoria da polícia, ele, que atualmente
atuava em Balneário Camboriú, cobraria propina para donos de cassinos a fim de
não fechar os estabelecimentos.
Ainda de acordo com a assessoria, Serafim ocupou o posto
de delegado-geral em 2010. Segundo o Ministério Público (MP), a ação ocorreu em
cinco cidades do Estado e cumpriu outros oito mandados de prisão temporária,
além de 16 de busca e apreensão. Além do ministério, participaram da Operação
Jogo Duplo, cujas investigações contra jogos de azar ocorriam há nove meses, a
Secretaria da Fazenda, além das polícias Militar e Civil.
Polícia
Civil promete apurar caso 'rigorosamente'
Em nota assinada pelo atual delegado-geral, Aldo Pinheiro D'Avila, a corporação lamentou "profundamente o ocorrido em relação aos reflexos institucionais decorrentes da prisão do ex-delegado-geral". Segundo comunicado, "transgressões individuais serão apuradas rigorosamente de forma individual, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa".
"Não vamos tecer qualquer julgamento pessoal ou
institucional antecipado em relação as investigações em curso, mas a Polícia
Civil de Santa Catarina será rigorosa e intransigente na apuração dos fatos,
tanto na esfera criminal quanto na administrativa. Não vamos hesitar em cortar
a própria carne se este for o caminho para se alcançar a verdade",
afirmou, ainda, a nota.
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O que isso significa?
Bom, existem
semelhanças, a troca de uma Secretaria de Segurança Pública e ações para
retirar os elementos que possuem posições-chave dentro da pasta.
Então os
Secretários anteriores eram corruptos? Os atuais estão fazendo uma mudança com
uma estratégia para melhorar a segurança da população? Ou são fatos isolados?
Acho que
essas perguntas devem ser respondidas, do contrário a população assiste
aterrorizada a uma guerra de mocinhos e vilões, que trocam de lado vez por
outra, mas que nada muda realmente, tudo segue até que ambos se entendam e as
causas reais do problema não sejam abordadas.
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