O Transporte Coletivo e a Coletividade

  Enquanto o Continente Park registra 100 mil pessoas no seu fim de semana de estréia e a Dilma anuncia renovação da isenção do IPI, pela enésima vez, as estratégias e opções de transporte coletivo são cada vez mais esvaziadas.

     Qual o problema com o transporte coletivo?

     Cada vez mais me vem a mente de que o problema não é o transporte e sim o coletivo. Soluções coletivas não são bem vistas, de forma geral.
  As paralizações de sindicatos de trabalhadores são tidas como afronta ao estado de direito, as entidades representativas são previamente tachadas como mesquinhas, por defenderem uma causa em detrimento de outra. Que outra opção temos? O individualismo.
     O transporte coletivo, além de ser de uma implantação cara (faixa exclusiva, novas modalidades como metrô ou transporte marítimo) irá paralizar o trânsito. Fora isso o transporte coletivo implica na união de pessoas em torno de um objetivo singelo, o transporte de um ponto a outro.
     Essa união, pequena e efêmera pode parecer fantasmagórica, pode ser uma faísca que motivará a discussão e a divulgação de outros tantos temas que são comuns a uma coletividade.
    Esse não é apenas um medo dos nossos governantes, é uma tendência social. A pessoas são seduzidas pelo sonho da liberdade individual, onde um carro a levará para qualquer lugar com velocidade e segurança, o cartão de crédito dará acesso a um ilimitado número de compras, o dinheiro propiciará a segurança, a saúde o conforto e o lazer. Tudo isso escolhido da sua forma, do seu jeito.
     Nessa tendência quando as coisas não acontecem, quem deve trabalhar mais é o indivíduo, para que o carro fique mais rápido, o apartamento maior e melhor localizado, assim como a academia, salão de beleza e assim por diante, até atingir o sucesso.

      Que sucesso é esse?   

     A forma de sucesso propagada pela sociedade e meios de comunicação, carreira, dinheiro, status... e por aí vai. Esse sucesso é paradoxal, se você tem dinheiro, você não tem tempo, se tem tempo não tem dinheiro, se tem sucesso aumenta suas expectativas, se realiza grandes planos percebe a felicidade nas pequenas coisas, mas aí já não é ponto de voltar atrás, porque você não abrirá mão de todas as conquistas.

   Esse é um ponto de vista entre tantos para um tema controverso, mas que no engarrafamento, ou de pé em um ônibus lotado, pode nos fazer pensar.  

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http://www.notaderodape.com.br/2012/10/beverly-hills-para-quem.html

 

  

 

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