Segurança e as Respostas Rápidas


O Brasil é um país de soluções rápidas para problemas demorados. Educação, Segurança Pública, Saúde, são questões de governo não é à toa. Essas são áreas fundamentais para o desenvolvimento da sociedade e precisam ter um gerenciamento de longo prazo, algo que normalmente a iniciativa privada não busca.

O Ministro da Justiça vir a público reconhecer a deficiência do sistema penitenciário pode ser bom porque joga luz sobre o tema, por outro lado não o isenta da responsabilidade, ele não pode apenas levantar problemas, mas DEVE apresentar possíveis soluções, não apenas soluções rápidas, evidentemente.

Mas as políticas brasileiras tendem sempre para a solução rápida, tal qual as empresas demitem quando estão em crise, o governo descentraliza, faz concessões, privatizações, parcerias público-privadas.

Essas soluções não são ruins em si, em determinadas situações podem até ser boas, mas o Estado é o órgão que deve ter a preocupação de longo prazo em parceria com a sociedade. Quando o Estado toma decisões imediatistas, de maneira impensada e sem o devido diálogo com a população, as consequências serão sentidas por muito tempo.

Por outro lado, a falta de ação é a atitude de curto prazo mais covarde. Essa ação baseada na inércia normalmente é acompanhada de discursos que buscam esconder os problemas, até que eles venham a tona de forma contundente, como é o caso.

O Ministro da Justiça disse ainda que o Brasil vive numa cultura de violência, onde é bom quem mata e não quem salva. Essa cultura não tem relação com o modus operandi da segurança pública? Que busca fazer captura, prisões, apreensões ao invés de ações de prevenção e inclusão social?

Em Santa Catarina a falta de planejamento fica evidente em momentos de crise, onde o Secretário se apressa em afirmar que não há relação com o crime organizado paulista, assim como parece não ter a mínima ideia de quem são os criminosos e o que eles realmente desejam. No fundo a motivação seria apenas uma melhor qualidade de vida nas penitenciárias. 

Dois dados que demonstram a omissão do Estado quanto ao tema, os quais devem ser somados a muitos outros, que infelizmente eu não disponho.

_No nosso Estado, como alertou o comentarista da Globo Fernando Pimentel, em 1988 Santa Catarina contava com 13 mil homens, 20 anos depois tem 11.500.

_Conforme a Associação de Delegados de Polícia de Santa Catarina, o Estado dispõe de 10 mil vagas para abrigar 17 mil detentos.

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